A escada é alta.
Olho para cima e não vejo onde acaba.
Olho para baixo e vejo todo o caminho já percorrido.
Vejo cada degrau.
Identifico cada momento.
Reconheço o avanço.
A escada é sinuosa.
Uns degraus são baixos e fáceis de subir.
Outros são imensamente altos, aparentemente impossíveis de escalar.
Nestes últimos, somos obrigados a ver melhor, a contornar obstáculos e a descobrir recursos.
Identificamos a carga que nos pesa, que precisamos libertar para conseguir dar o passo seguinte.
Descobrimos a lanterna que nos aponta o sítio mais seguro onde apoiar o pé.
Descobrimos o corrimão que nos ajuda a subir.
Descobrimos a força dos músculos que nos fazem avançar.
Descobrimos a coragem que nos impulsiona a fazer esse movimento.
Subido o degrau, vemos a escada a partir de uma nova perspetiva.
Descobrimos a paisagem até então inacessível aos nossos olhos.
Nessa subida, conquistámos o degrau.
Reconhecemos a nossa força e coragem.
Descobrimos a mão que nos suporta.
Encontrámos uma lanterna. A lanterna cuja luz nos guia o caminho. Cuja chama nos acalenta o coração. Uma chama que nos chama. Chama-nos para continuar a subir. Para seguir a voz do coração.
Olho novamente a escada e vejo o próximo degrau.
Olho com os olhos de uma criança a descobrir o mundo. Como será a próxima paisagem?
Olho com Fé e sigo com Coragem.
Sigo a Luz. Sigo o Coração.